Programa de Integridade na Nova Lei de Licitação

Três pessoas, dois homens e uma mulher, estão reunidas em um escritório, discutindo documentos. No fundo, há telas de computador exibindo informações relacionadas a investigações. A imagem sugere uma equipe trabalhando em um ambiente corporativo ou de auditoria, voltada para a análise e implementação de processos de integridade.

Já pensou ter um seguro contra problemas em licitações? Algo que proteja sua empresa de multas altas, desclassificações e até mesmo daquela dor de cabeça de não poder participar de novos editais por anos? 

Pois é. Esse “seguro” existe — e não é um produto mágico. Chama-se Programa de Integridade, e ele se tornou obrigatório para empresas que disputam contratos milionários com o governo.

A nova Lei de Licitações (Lei 14.133/2021) trouxe regras que mudaram o jogo. Se antes a integridade era algo desejável, hoje é exigida — e pode ser a diferença entre fechar um contrato ou ver seu concorrente levar a vitória. 

O que você vai descobrir neste artigo:

  1. O que é um Programa de Integridade (em palavras simples, sem juridiquês).
  2. As 3 vantagens práticas de ter esse programa (além de evitar multas).
  3. Passo a passo para implementar sem complicação (incluindo prazos e custos).

Ah, e se você está pensando: “Mas minha empresa é pequena… Isso também vale pra mim?” A resposta está logo abaixo. Spoiler: vale a pena ler até o fim.

O que é o Programa de Integridade?

O Programa de Integridade é um conjunto de regras internas que toda empresa precisa criar para evitar problemas como fraudes, corrupção ou desvios de dinheiro

Pense nele como um manual de sobrevivência para lidar com o governo em licitações. Não é só sobre ser honesto. É sobre provar que sua empresa age corretamente, mesmo quando ninguém está olhando.

Por que isso virou algo tão importante? A resposta está em dois números: 2013 e 2021

Em 2013, surgiu a Lei Anticorrupção (Lei 12.846/13). Ela mudou tudo. Antes, só pessoas físicas podiam ser punidas por corrupção. Agora, empresas também são responsáveis — mesmo que o dono não saiba do que um funcionário fez.

Digamos que um colaborador ofereça um “presente” a um servidor público para fechar um contrato. Se a empresa não tiver um Programa de Integridade, a multa pode chegar a 20% do faturamento bruto ou R$ 60 milhões. Fora a vergonha de ter o nome estampado em jornais. 

Mas se a empresa tiver o programa? A multa pode ser reduzida em até 4%. A diferença é brutal.

Nova Lei e Programa de Integridade

Agora, em 2021, a Nova Lei de Licitações (Lei 14.133/21) reforçou essa obrigação. Se sua empresa ganhar um contrato de obras, serviços ou fornecimentos acima de R$ 228 milhões, você tem 6 meses para implantar o programa. 

E não adianta enrolar: isso está escrito no edital. Se não cumprir, pode perder o contrato — e ainda ficar impedido de licitar por anos.

Mas a relação com a Lei Anticorrupção não para aí. 

O Programa de Integridade é como um escudo duplo:

  1. Previne problemas antes que aconteçam (treinamentos, códigos de ética, canais de denúncia).
  2. Reduz danos se algo der errado (menos multas, chance de reabilitação rápida).

Funciona assim: a Lei Anticorrupção não perdoa erros. Mas se sua empresa tiver um programa bem estruturado, o governo entende que você se esforçou para evitar o problema. É como dizer: “Olha, nós tentamos. Criamos regras, treinamos a equipe, mas alguém burlou o sistema.” 

Isso faz toda a diferença na hora de negociar penalidades.

Programa de Integridade como Critério de Desempate

E tem mais. A Nova Lei de Licitações usa o Programa de Integridade como critério de desempate. Dois concorrentes com preços iguais? Ganha quem tem o programa ativo. É uma forma de o governo premiar quem leva a sério a transparência.

Aqui está o pulo do gato:
O Programa de Integridade não é só uma lista de proibições. É uma cultura. Significa ensinar todos — do estagiário ao diretor — a agir com ética. 

Como? Com treinamentos periódicos, investigações internas e até recompensas para quem denunciar irregularidades.

Um exemplo simples: imagine que sua empresa precise comprar material de construção. Sem um programa, um funcionário pode escolher o fornecedor que der o maior “desconto especial”. 

Com o programa, há regras claras para selecionar fornecedores — e alguém fiscaliza cada passo.

E a Lei Anticorrupção? Ela é a base disso tudo. Afinal, o programa precisa incluir mecanismos para evitar exatamente os crimes que essa lei pune: suborno, fraudes em licitações, manipulação de contratos. É como se uma lei alimentasse a outra.

Quer um conselho? Comece hoje. 

Mesmo que sua empresa não lide com contratos de R$ 228 milhões. 

Porque, no futuro, ter um programa desses pode ser a diferença entre crescer com segurança ou ficar para trás.

Passo a passo para implementar um Programa de Integridade

Dois profissionais, uma mulher e um homem, sentados em uma sala de reuniões, discutem documentos e gráficos. Ambos estão sorrindo, sugerindo um ambiente colaborativo e produtivo. A imagem remete à estruturação de processos organizacionais, como um Programa de Integridade.

Implementar um Programa de Integridade parece complicado, mas não precisa ser. Pense nele como montar um quebra-cabeça: cada peça tem seu lugar, e quando tudo se encaixa, você vê o quadro completo. Vamos começar do zero, sem pressa.

Primeiro, defina quem vai liderar o processo. Não precisa ser um time enorme. Escolha uma pessoa ou um pequeno grupo dentro da empresa — de preferência alguém com acesso à diretoria. 

Por quê? Porque o programa só funciona se a alta gestão der o exemplo. É como ensinar crianças a escovar os dentes: se os pais não fazem, por que elas fariam?

Depois, faça um raio-X da sua empresa. Identifique onde estão os riscos. 

Por exemplo: sua empresa lida com muitos fornecedores? Tem processos de compra sem fiscalização? Contratos com o governo? Essas são áreas onde problemas como fraudes ou subornos podem surgir. 

Uma dica: converse com os funcionários. Eles sabem onde estão os “atalhos” que ninguém vê.

Agora, crie regras claras. Não precisa ser um manual de 200 páginas. Comece com um código de conduta simples, em linguagem que todos entendam. 

Algo como: “Nossa empresa não aceita presentes de fornecedores. Nem um café.” Ou: “Toda denúncia será investigada, e quem denunciar estará protegido.” 

O segredo? Seja específico. Regras vagas são como portas abertas para interpretações erradas.

Treine todo mundo. De quem varre o chão ao CEO. 

Use exemplos reais: “E se um fornecedor oferecer um desconto por fora? O que fazer?” Faça simulações, jogos, quizzes. A ideia é que todos saibam agir certo, mesmo sob pressão. 

Mantenha a Constância

E repita os treinamentos. Uma vez por ano não basta. É como dirigir: você não aprende as regras de trânsito uma vez e esquece.

Monitore e corrija. Implantar o programa não é “um dia sim, outro não”. Crie canais de denúncia anônimos — um telefone, um e-mail, até um formulário online. 

E investigue todas as suspeitas. Se alguém denunciar um colega por desvio de material, por exemplo, apure rápido. Mostre que a empresa leva isso a sério.

Ah, e não se esqueça dos parceiros externos. Fornecedores, prestadores de serviço, até o escritório de contabilidade. Eles também devem seguir suas regras. 

Como? Inclua cláusulas nos contratos exigindo que adotem práticas similares. É como dizer: “Se quer trabalhar conosco, jogue limpo.”

Documente tudo. Cada treinamento, cada investigação, cada atualização nas regras. Se um dia houver uma fiscalização, você precisa provar que o programa existe — e funciona. Guarde registros em pastas organizadas, de preferência com datas e assinaturas.

Ajuste conforme necessário. O programa não é uma camisa de força. 

Se descobrir que uma regra não faz sentido, mude. Se um novo risco surgir (como um contrato em um setor diferente), adapte. 

É como cuidar de um jardim: podar aqui, regar ali, para que tudo cresça saudável.

E o mais importante: não tenha medo de pedir ajuda. 

Se sua empresa é pequena e não tem recursos, contrate uma consultoria especializada por algumas horas. 

Ou use ferramentas online que automatizam partes do processo, como emissão de relatórios ou treinamentos.

Um exemplo prático

Sua empresa venceu uma licitação de R$ 300 milhões para construir uma ponte. Você tem 6 meses para implantar o programa. O que fazer?

  1. Semana 1: Nomeie um responsável e forme um comitê com membros de diferentes setores.
  2. Semana 2: Faça uma reunião para mapear riscos (ex: superfaturamento de materiais, subornos em fiscalizações).
  3. Semana 3: Elabore um código de conduta com proibições claras, como “Não aceitar convites para jantares de fornecedores.”
  4. Semana 4: Treine a equipe com casos reais do setor de construção.
  5. Mês 2: Implemente um canal de denúncias e divulgue para todos.
  6. Mês 3: Comece a auditar fornecedores e exija que assinem um termo de compromisso com suas regras.
  7. Mês 4 a 6: Ajuste o programa com base no feedback dos colaboradores e nas primeiras investigações.

O que evitar?

  • Deixar tudo nas mãos do jurídico. O programa é sobre cultura, não só leis. Envolva RH, operacional, até o marketing.
  • Achar que é caro. Treinamentos podem ser feitos com vídeos gravados. Canais de denúncia usam ferramentas gratuitas.
  • Esperar problemas para agir. O programa é preventivo. Como um extintor de incêndio: melhor ter e não precisar.

E se der errado?

Digamos que um funcionário burle as regras. Com o programa ativo, você prova que fez sua parte. A multa será menor, e a empresa pode se recuperar mais rápido. Sem o programa? A penalidade pode ser o dobro — ou até triplicar.

Por onde começar hoje?

  1. Baixe modelos de código de conduta (há vários gratuitos na internet). Adapte à sua realidade.
  2. Marque uma reunião de 15 minutos com a diretoria para explicar a urgência.
  3. Escolha uma ferramenta simples para receber denúncias. Pode ser um e-mail novo, como integridade@empresa.com.

Lembre-se: o Programa de Integridade não é um peso. É um investimento. Empresas que o adotam reduzem custos com multas, ganham credibilidade e atraem mais contratos. 

E não se preocupe se não sair perfeito de primeira. O importante é começar

Mesmo um programa básico, mas bem aplicado, já coloca sua empresa à frente de concorrentes que ainda estão no “jeitinho”

Afinal, no mundo das licitações, quem joga limpo — e pode provar isso — sempre leva vantagem.

Como o ConLicitantes pode te ajudar?

A nova Lei de Licitações 2025 trouxe regras mais duras. Quem não se adaptar, perde contratos, paga multas ou fica de fora do jogo. Mas calma. Você não precisa virar especialista em leis. O ConLicitantes existe para simplificar o caminho.

Primeiro, entenda o problema: um Programa de Integridade é como um manual de sobrevivência para empresas que querem trabalhar com o governo. 

Ele inclui códigos de ética, treinamentos contra corrupção e canais para denúncias. Se sua empresa não tiver isso, pode ser punida ou até considerada “inidônea” — uma espécie de lista negra das licitações.

Agora, a boa notícia: o ConLicitantes não é só um evento. É uma fonte de conhecimento prático

Durante os dias de conferência, especialistas explicam, passo a passo, como montar um programa de compliance que atenda à lei. Não é teoria. São casos reais de empresas que já passaram por isso. 

Você ouve histórias de quem errou, aprende com os acertos e descobre exatamente o que fazer — e o que evitar.

Um palestrante mostra como estruturar um código de conduta sem complicações. Outro ensina a criar um canal de denúncias que realmente funcional. Tudo em linguagem simples, sem juridiquês. Você sai dali com um roteiro claro.

Mas e depois do evento? É aí que o ConLicitação — a plataforma — entra em ação. Enquanto o ConLicitantes (o evento) ensina, o ConLicitação (a ferramenta) ajuda na prática.

Portanto, quer começar? O ConLicitantes oferece o conhecimento. O ConLicitação fornece as ferramentas. Juntos, eles são o atalho para sua empresa se adaptar sem dor. 

Basta dar o primeiro passo: participar do evento, acessar a plataforma e colocar a mão na massa.

A nova lei está aí. E sua empresa não precisa enfrentá-la sozinha.

Ficou com alguma dúvida?

Ter um Programa de Integridade deixou de ser opcional para quem quer contratos de grande vulto (acima de R$ 239 milhões). 

Além disso, mesmo empresas menores já sentem o impacto: quem não investe em compliance corre o risco de perder espaço para concorrentes mais transparentes.

Portanto, aqui está o resumo do que você precisa lembrar:

  1. Evitar multas pesadas é só o começo. Um programa bem estruturado reduz sanções em até 96% se algo der errado.
  2. Reabilitação é possível. Empresas punidas por erros do passado podem voltar a licitar se provarem mudanças concretas — e o Programa de Integridade é a chave para isso.
  3. Ganhe licitações no desempate. Quando duas propostas forem iguais, o programa vira seu trunfo.
  4. ESG não é moda. O novo decreto exige que o programa inclua práticas ambientais, sociais e de governança. Não basta evitar corrupção; é preciso proteger direitos humanos e o meio ambiente.

E aqui vai uma dica: participe do Pró-Ética ou do Pacto Brasil pela Integridade Empresarial, iniciativas da Controladoria-Geral da União (CGU). 

Empresas aprovadas nesses programas ganham reconhecimento público e podem simplificar a comprovação do compliance em licitações. 

Agora é com você:
Enfim, comece revisando seus processos internos hoje mesmo. Baixe modelos de código de conduta, marque uma reunião rápida com sua equipe e inscreva-se no ConLicitantes para não perder as novidades da legislação.

Ficou com dúvidas? Mande nos comentários! 

Responderemos com dicas práticas e links úteis para você não errar na implementação do seu Programa de Integridade.

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