Concessão florestal: o que é e como funciona

Pessoas caminhando na floresta durante atividade sustentável em área de concessão florestal.

Imagine que você tem a chance de administrar um pedaço da floresta por 40 anos. Não precisa comprar a terra. Não precisa virar dono de nada. É como se o governo te emprestasse uma área pública para você explorar madeira, frutos, óleos naturais ou até oferecer passeios ecológicos. Esse modelo tem nome: concessão florestal.

Em troca, você paga pelo uso e segue regras que mantêm a floresta viva. Isso é uma concessão florestal.

Mas como isso funciona na prática? Quem pode participar? E por que isso está chamando a atenção de empresários e cooperativas em todo o Brasil?

A resposta está em um modelo que combina negócios com sustentabilidade. Em Rondônia, por exemplo, a Floresta Nacional do Bom Futuro está virando um laboratório de inovação. 

Empresas estão restaurando áreas destruídas pelo desmatamento e, de quebra, vendendo créditos de carbono no mercado internacional. Tudo isso sem precisar comprar um metro quadrado de terra. A floresta continua pública.

Se você está pensando em entrar nesse mercado, precisa entender três coisas:

  1. Como a concessão florestal é diferente de privatizar uma área.
  2. O passo a passo para participar de uma licitação.
  3. Os benefícios que vão além do lucro imediato.

Por que a concessão florestal não é um negócio comum?

Pense em um parque público que você conhece. Por exemplo, na privatização, alguém compraria o parque e faria o que quisesse com ele. Por outro lado, na concessão, é diferente: você aluga o espaço por décadas, porém precisa seguir regras rígidas. Não pode derrubar tudo.

Na prática, só é permitido retirar de 4 a 6 árvores por hectare – e somente depois que elas atingirem mais de 50 cm de diâmetro. A mesma área só poderá ser explorada novamente após 25 a 35 anos, tempo suficiente para a floresta se regenerar.

Além disso, isso não é só teoria.

Atualmente, na Flona do Bom Futuro, empresas estão recuperando 14 mil hectares degradados. Em vez disso, elas replantam árvores, envolvem comunidades indígenas na coleta de sementes e ainda por cima ganham dinheiro com créditos de carbono. Assim, o modelo mantém a floresta em pé e gera renda.

Como funciona a licitação?

O governo publica um edital. Você lê as regras, monta uma proposta e compete com outras empresas. Mas aqui está o segredo: a proposta técnica vale mais que o preço.

O que isso quer dizer? Se você prometer gerar empregos locais, capacitar moradores da região ou comprar sementes de comunidades indígenas, ganha pontos extras. 

Até 60% da nota da licitação depende disso. O preço que você oferece ao governo é importante, mas não é o principal.

Ah, e se você for uma pequena empresa ou cooperativa, tem vantagens:

  • Não paga custos do edital.
  • A garantia exigida é 25% menor.
  • Pode se juntar a outras empresas em consórcio.

Atividades permitidas e proibidas em uma concessão florestal

A concessão florestal permite explorar produtos que muita gente nem imagina:

  • Óleos vegetais (como andiroba e copaíba).
  • Frutos da floresta (açaí, castanha-do-pará).
  • Ecoturismo (hospedagem, trilhas, observação de animais).

Mas tem limites. Não dá para minerar, pescar ou explorar água. O foco é o uso sustentável. 

E se você descumprir as regras? Perde a concessão e ainda paga multa.

Benefícios Econômicos e Sociais das Concessões Florestais

Voluntárias trabalhando em projeto comunitário ao ar livre, simbolizando os benefícios sociais da concessão florestal.

A concessão florestal não se resume a explorar madeira ou oferecer passeios ecológicos. Ela cria um ciclo onde floresta, comunidade e economia crescem juntas — sem que você precise ser dono da terra.

Pense num pé de açaí: você colhe, lucra, mas a árvore continua lá, viva. A lógica da concessão é parecida, só que em larga escala.

Na Floresta Nacional do Bom Futuro, em Rondônia, empresas estão restaurando 14 mil hectares degradados. Ao replantar árvores, elas geram créditos de carbono, que são vendidos no mercado internacional. Cada hectare vira uma fonte de receita por décadas.

Mas o impacto vai além. Empresas ganham pontos extras na licitação quando prometem gerar empregos locais. Isso se traduz em contratar moradores, capacitar jovens ou comprar sementes de comunidades indígenas, como os Karitiana.

Com o dinheiro circulando na região, escolas são apoiadas, postos de saúde melhoram — e a floresta permanece em pé, ano após ano.

Outro diferencial é a segurança. Os contratos de até 40 anos permitem planejamento de longo prazo, atraem investimentos e criam vínculos duradouros com a região.

E os pequenos? Também ganham. Pagam menos garantias, podem formar consórcios e ainda têm preferência se incluírem capacitação comunitária.

Mercearias locais fornecem alimentos, oficinas cuidam da manutenção. Toda a cadeia se movimenta.

A economia da floresta funciona assim: renda para quem cuida, dignidade para quem vive lá e preservação para o futuro.

Ficou com alguma dúvida?

A Concessão Florestal não é apenas um contrato com o governo. É um modelo que redefine como empresas e comunidades podem gerar riqueza mantendo a floresta em pé. Ao longo deste artigo, você viu que:

  • Não é privatização: Você gerencia a área por até 40 anos, mas a terra continua pública. 
  • Licitação com foco social: Propostas que geram empregos locais e envolvem comunidades têm até 60% de vantagem na disputa. 
  • Benefícios multiplicadores: Do crédito de carbono à cadeia produtiva local, o retorno vai além do lucro imediato. 

De fato, a Floresta Nacional do Bom Futuro, em Rondônia, já mostra como isso funciona na prática. Empresas recuperam áreas degradadas, vendem créditos de carbono e além disso, reinvestem parte dos ganhos em comunidades indígenas. Tudo isso sem precisar ser dono do terreno.

Por isso, se você quer entrar nesse mercado, há um passo que poucos consideram: o networking estratégico. O ConLicitantes, maior evento de licitações do país, é o espaço onde líderes do setor público, especialistas em sustentabilidade e empresários se reúnem para discutir tendências, como:

  • Em primeiro lugar, novas oportunidades de concessões florestais em diferentes estados.
  • Além disso, atualizações da Lei 14.133/2021, que regem licitações públicas.
  • Por fim, casos de sucesso de empresas que uniram lucro e preservação.

Portanto, invista no longo prazo. A floresta agradece, o mercado reconhece.
A concessão florestal é como um rio: traz recursos constantes para quem sabe navegar.

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Quer saber como preparar documentos para uma licitação? Como calcular o potencial de créditos de carbono da sua área? 

Pergunte! Suas questões podem virar tema dos próximos artigos.

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